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terça-feira, 29 de junho de 2010

Nos braços do Silêncio



Esta noite dormi sobre o silêncio...veio a madrugada...acordei nos braços do nada, querendo perder-me nos caminhos que ninguém percorreu...escondidos em mim, nos retalhos das incertezas, no tempo que não é mais tempo... do nada...das minhas lágrimas escondidas...no coração a mágoa de ti...gritando nas profundezas de um oceano de tédio e revolta...de fogo que está extinto...noites sem amanhecer...sonhos que se desmoronaram...no vazio da minha solidão...onde te procuro...mas há muito não te sinto...perdemo-nos num virar de página da vida...contigo e sem ti...sem tempo nem vontade de te ter.
O meu sonho morreu nas cinzas, que o vento levou...como folhas gastas e secas de um Outono gélido, como palavras ditas... sem as dizer...memórias intemporais...gritos silenciosos de um vazio oculto numa lágrima de saudade...de ti...de mim...do nada que restou...nas asas do vazio...do instante onde não somos...na noite de silêncio...cama fria...do que foi esquecido...do que ficou para depois...do nada sem esperança, dos sonhos frios de Inverno...encobertos pelo nevoeiro dos teus olhos...sem o sol da planície onde existiam.




quinta-feira, 24 de junho de 2010

Trevas



Estou só...procuro-te nas minhas madrugadas
Mas só vejo sombras...dor...treva...escuridão
Em sonhos te procurei...nas noites sem alvorada
Adormecida no meu peito...uma eterna solidão

Sonho a morte...meu instante derradeiro
Suspensa no silêncio...ficou minha alma vazia
Chorando a vida...vida que me chorou primeiro
Vivo ainda...mas estou morta...sou terra fria

Minha sombra...eterna companheira de agonia
Tua voz...são lágrimas mudas...grito de dor
És noite tenebrosa...abismo de fim do dia
No meu coração magoado...restos dum grande amor

Espero a eternidade...no meu corpo de pó
Despede-se de mim a vida...instante de silêncio
O meu coração é mágoa...e eu tão só
Esperando a noite...na minha sombra anoiteço

A minha alma chora...chora a vida...o que perdi
Memórias apagadas...beijo eterno...triste melodia
Na dor calada...que grito ao vento...grito em mim
Sombra de saudade...treva escura...minha agonia

Quero que a eternidade...meus olhos feche docemente
Que a penumbra...seja meu leito...minha dor
Rosas...violetas...lilases...minha sepultura enfeitem
No adeus da vida...quero uma melodia de amor

sábado, 19 de junho de 2010

Esquecida de mim



Estou esquecida de quem sou...não existo...adormecida de mim...fiquei esquecida entre as coisas perdidas...sem memória...numa profunda sensação de morte de vontade...uma dolorosa recordação inútil...desalento da consciência...uma saudade infinita de mim...de querer...relembro quem não fui...num cansaço de ter vivido...o ontem...o hoje...o nada...a eternidade...uma sensação de dor na alma...cela infinita da vida...muro intransponível que me soterra...angústia e desolação feita de ausências...de sentimentos desfeitos.
Sou a folha caída duma ilusão...triste tarde de Inverno...na memória que me dói na escura noite...interlúdio de vazio no meu coração exausto...parado no tempo meu sentir...estagnado num rio de memórias naufragadas...refúgio de esquecimento...numa melodia de silêncio dos meus sonhos...sons esquecidos de palavras por dizer...sentimentos que são a  sombra do meu cansaço...abismo negro e gelado onde adormeço...nas carícias sem gesto...nas rosas mortas do meu coração...no gelo dos meus olhos...na saudade de mim...nas memórias vazias...onde embalo a dor...num soluço calado...silencioso...perdido na noite imensa...onde tudo é frio...até a lembrança.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Noite de Solidão



A noite pousa suavemente...na minha solidão
Apagando o tempo...nos meus olhos perdidos
Queimando as memórias...os sonhos...a ilusão
Na cinza das palavras...ficaram ecos esquecidos

Meus olhos tristes...bebem o silêncio da noite
Vestidos de bruma...são o desespero do ontem
Lembram na distância...a infância perdida
Choram a lembrança...em eterna despedida

Abandonei-me à noite...calei as esperanças
Perdi-me de mim...naufraguei num mar de dor
Desfiz meus sonhos...perdi-me em lembranças
Caminhei sozinha...sobre os espinhos do amor

Sinto o frio da noite...magoando o meu coração
Desnudando a minha alma...anoitecendo a vida
Percorrendo o meu corpo...despido de ilusão
Neste amor envelhecido...como página esquecida

Meu coração é mágoa...minha alma escuridão
No silêncio do meu poema...palavra ferida
Meu sonhos são noite...escritos de solidão
Nesta dor sem tempo...passei pela vida

Sou a noite...flor de desalento...meu queixume
Instante de escuridão...abismo da minha mágoa
Agoniza o tempo...no meu coração como lume
Apagando a saudade...uma flor...uma lágrima

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sonho de Rosas



Quero que o tempo apague a solidão
Que no meu peito...um dia se alojou
Na felicidade...encontrar o perdão
Para o sofrimento...que o amor me causou

Não quero mais...ser rosário de mágoas
Quero voltar a viver...ser amada...ter esperança
Quero ser mar...navegar noutras águas
Voltar de novo à vida...ser vento de bonança

Quero ser desejo...ser corpo...ser amor
Quero que meus olhos...voltem a brilhar
Quero ser luz...ser madrugada...não ser dor
Quero ser ninfa...ser sereia...ser mar

Quero ser enseada...ser porto de amor
Quero partir de mim...ser esquecimento
De ti...que me causaste tanta dor
Voar enfim...nas asas do encantamento

Sou pássaro triste...quero voar
Vagar no espaço...ser alegria
Deixar a tristeza...encontrar um lugar
Onde não haja noite...só dia

Quero ser amor...ser sonho...ser vida
Ter esperança...ser sol...não ser escuridão
Deixar a solidão...num canto esquecida
Ser luar de Agosto...amor de verão

Quero um sonho de rosas...no meu sonhar
Nos meus cabelos...o tempo...o vento
Um céu de veludo...no meu olhar
Na minha lembrança...um eterno momento


Um poema que escrevi para amenizar a tristeza que deixo a quem me lê.
Com todo o carinho deixo as Rosas.
Sonhadora

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Angústia



Suspenso no tempo sopra um vento de angústia...num abismo de eternidade...sem passado...sem futuro...num presente esmagado pelas palavras...sem palavras...instante absoluto arrastado pelos anos...marcados de dor...profundo silêncio, no desespero mais escuro da alma...espaço e tempo de solidão...encantamento triste...um toque de sinos da minha desesperança...agonia do meu cansaço...escuridão de memória, num tempo que se gastou...hoje apenas pó de eternidade...destroços do que se foi...perdida no vazio...numa muralha de silêncio que desce sobre mim...atravessando a noite interminável...minha companheira de solidão...espectro da minha renúncia...cinzas do meu abismo...na memória que se desvanece na bruma do tempo...num sorriso de solidão no meu rosto amargurado...onde o tempo parou...trespassado pelas sombras...num olhar de palavras por dizer...instantes de agonia...esperando que a noite me faça madrugada.