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segunda-feira, 28 de março de 2011

HOJE...SÓ HOJE


Hoje...só hoje...apetecia-me escrever sobre asas...céu azul...amor eterno...sobre o tempo...o amanhecer...a luz e a sombra...sobre o espaço que se abriu entre os corpos...não me tenho...não te alcanço....céu está tão longe...o abismo tão fundo...hoje sou noite.
Hoje não me apetece sorrir...queria apenas ser asa e voar no infinito...ir com o Vento...ser eternidade...voar na imensidão...partir de mim.
Hoje não me tenho...não tenho poemas...as palavras são um sonho de papel...rompendo o silêncio de todas as vozes sem rosto...de todas as noites sem luz.
Hoje queria beijar o amanhecer...envolver-me num abraço...atravessar a noite...aconchegar-me em mim...e deixar-me ficar assim...tão nua...tão carne...tão só...hoje queria apenas...ter-ME.
Hoje queria ser um céu sem nuvens...o azul do mar...a madrugada calma...a chuva fresca a escorrer no meu corpo nú...ser o sol da poesia...a luz na escuridão...o poente da alvorada...hoje queria apenas SER.
Hoje queria tocar o céu...subir a montanha...fugir da sombra...queria inventar-me...inventar-te...ser sonho...ser fantasia...ser desejo...ser corpo...ser Mulher...mas sou apenas grito.
Hoje...o céu cobriu-se de cinza...o dia anoiteceu...fechei a porta aos sonhos...guardei-os bem fundo no meu peito...entrelaçados com a tua lembrança...perdidos de mim...ausentes de ti...guardei-os no silêncio das palavras...no vazio do meu rosto...na escuridão do meu olhar.
Hoje...amortalhei-me...rasguei a vida...fiz-me apenas recordação...apaguei todas as mágoas...escrevi todas as memórias...rasguei todos os poemas de amor...amordacei todos os gritos no meu corpo...hoje vesti-me de amargura.
Hoje...apenas hoje...deixem-me ficar assim...despida de mim e vestida de Outono...cheia de amor...e as mãos vazias...os braços sem mim.



Hoje quero ficar no frio das noites...no avesso de mim
Sou a pausa...entre o instante e o tempo...o entardecer
Num sorriso de tristeza...nesta ausência...quero ficar assim
Deixem-me neste mar de solidão...deixem-me assim morrer

Deixem-me ficar assim...estilhaçada...amordaçada
Não me vejo...não me tenho...não me quero...morri
Vazios os braços...as cinzas...o Inferno...o nada
Parei o tempo...esqueci a vida...de mim me perdi

Não quero mais poemas...nem palavras...nem tempo
Nem olhares...nem dia...nem noite...apenas lágrimas
Nem memórias...nem luz...nem sombras...só lamento
Não quero espelhos...nem olhares vazios...só mágoas

No vazio do silêncio...a luz e a sombra...a lágrima
As vozes caladas...na solidão...o momento esquecido
O entardecer...paisagem sombria da minha mágoa
Os escombros...a treva... no meu corpo anoitecido


quinta-feira, 24 de março de 2011

RESTOS...


Restos...vestígos de mim...amaldiçoados...caídos no chão
Uma porta fechada...uma natureza morta...rosto sem cor
Uma rosa seca...um coração ferido...envolto em solidão
Um cálice de absinto que um dia bebi...misturado na dor

Anoiteço...dou o meu corpo à morte...a paixão ao inferno
Piso os meus sonhos...rasgo o destino...adormeço a vida
Guardo os silêncios...grito à noite...um lamento eterno
No meu peito guardo a voz do vento...distante e perdida

Há um choro silencioso...um canto na noite...amargurado
Há u m poema vazio no meu corpo...rasgado...silenciado
Há sementes no meu ventre...mil anseios...em mim vivendo
Sangrando em cada poema...em cada rima vão morrendo

Dou à noite o meu silêncio...e o vazio dos meus braços
Os segredos...as minhas feras...os fantasmas do meu leito
Os meus versos magoados...o abismo dos meus passos
O meu luto eterno...as lápides...as violetas dos meu peito

O meu corpo é terra fria...feito de instantes...amordaçado
Retalhos dilacerados...restos de amor devorado pela noite
Esse corpo te dei...cheio de amor...pelo desejo enlaçado
Sepultado em vida...caminhando lentamente para a morte

Sou os despojos da vida...as demoras...o caos...o cansaço
O vazio dos braços...as lágrimas...as feridas...inverno frio
As mãos e os sonhos...os pedaços...a vida que não refaço
A escuridão da treva...os medos...e este olhar tão vazio

sábado, 19 de março de 2011

Silêncio...


Silêncio...de repente há tanto silêncio...como um grito mudo...sepultando o último gemido...a última letra dum poema...o ultimo nome...o derradeiro verso...a última rosa morrendo...o último sonho de amor...o derradeiro grito de vida.
E de repente...há tanto vazio nos meus passos...tanta rua escura...tanto labirinto sem saída...tantos gritos sem voz...tantas sombras no meu olhar...tantos fantasmas na noite...tantas noites nos dias...tantos sonhos morrendo...e de repente...eu morrendo...neste vôo para além do sonho...neste vazio para além dos braços...perto do nada e para além de tudo.
E eu sempre esperando à margem da vida...para além da dor...para além das mãos...nuas...cheias de nada...vestidas de Vento...esperando...apenas esperando...na escuridão das sombras....chorando silêncios.
E de repente...o amanhecer anoiteceu...envolto nas brumas do meu olhar...que se fez rio esperando um navio que nunca vai chegar...uma história que nunca vai ser escrita...um poema que nunca vai ser cantado...e de repente...as palavras fizeram-se silêncio...o silêncio fez-se saudade...o grito fez-se eco...e eu esperando...entre a noite e o vazio...entre e vento e a tempestade...esperando...no cais da solidão.
E de repente...o meu corpo fez-se grito...vestiu-se de ausência...abraço eterno de Outono...perdido no esquecimento...fez-se espera...cansaço do tempo...vestido de abandono...morto antes da morte.
E de repente...o céu escureceu...o tempo vestiu-se de luto...o silêncio dedilhou uma marcha fúnebre...os poemas calaram-se...as rimas entoaram um pranto triste...a noite veio adormecer no meu peito...as sombras...as minhas eternas sombras...dançaram a última valsa...antes do fim...em silêncio.



segunda-feira, 14 de março de 2011

SELO DE 500 SEGUIDORES


Quero agradecer do fundo do coração, poder postar este selo...que é feito de carinho...de cada um de
vocês que passam por aqui e que me seguem, com uma amizade que eu não tenho palavras para agradecer...com o carinho que me deixam sempre e me dão alento para prosseguir o caminho.
Nem imaginam como me sinto de cada vez que abro o blogue e leio as vossas palavras, uma onda de calor inunda-me e aquece-me o coração...saio acompanhada...o vazio fica cheio.
Era para postar só o selo, mas como é o dia da poesia...deixo-vos estes versos...com o meu carinho e um beijinho muito doce...mais doce que os meus poemas.
Rosa
O selinho é para todos que quizerem levar.


POEMA INACABADO....

Sou o poema inacabado...o que restou das palavras vazias
As minhas rimas são soluços...são o que da vida sobrou
Visto-me...dispo-me...espalho as cinzas das noites frias
Na alma tenho uma prece...nas mãos o que de mim restou

Na poesia me entrego...na poesia me envolvo...e me canto
Da poesia fiz meus sonhos...nos braços da poesia sou mulher
Na poesia sou rosa renascida...e sou sombra do meu pranto
Na poesia me escrevo...me descrevo...na poesia dispo a pele

Calada nos lábios...a poesia...perdida num beijo a prosa
Sou poema...sou martírio...sou corpo inteiro...sou metade
Sou mulher...presa e solta...sou o espinho...sou a rosa
Sou ausência e solidão...sou o amor que em mim arde

Escorrem do meu corpo as rimas...os versos...as prosas
Gritam o silêncio das mãos...o vazio eterno dos braços
São o amor e a dor...o inferno da noite a solidão das rosas
São os meus fantasmas...um grito mudo...os meus pedaços

Há em mim um poema por escrever...de dor e solidão
De caos...de abandono...de sangue...de vida por viver
Quero ainda escrever esse verso...no vazio da ilusão
Quero no fim rasgar essa folha...e enfim esquecer

Guardei num canto da memória...os poemas de amor
Queria rasgá-los...esquecer que um dia foram afago
São páginas amarelecidas...são momentos de dor
São os espinhos...são as feridas que em mim trago

quarta-feira, 9 de março de 2011

APENAS UM INSTANTE...


Por um instante apenas...queria meu amor...que fosses o meu colo...o peito onde adormeço...o abraço onde acordo...as asas soltas no vento...a nuvem no infinito...uma viagem sem regresso...um encontro sem data...um beijo por acontecer...uma noite de amor por ser...um sonho por viver...um breve instante apenas...só um instante...queria ser o teu sorriso...a tua noite...o Luar...queria ser.
Queria meu amor...nas tuas mãos prender o tempo...no teu peito amanhecer...esquecer os meus cansaços perdida em ti...apenas um instante...ser a claridade do teu olhar...a mansidão do mar...o nome que tu embalas com carinho...bem baixinho...docemente...nas tuas mãos ser a ternura de uma lágrima...um poema que tu dedilhas no meu corpo...por um instante apenas...serei amor...serei desejo...serei paixão ou ilusão...desnudada serei a pele que te cobre...serei o rio que corre em ti...livre e solta...serei apenas Mulher...por um instante...serei.
Por um instante apenas, meu amor...serei a tua serena madrugada...nas noites longas e nuas serei a pétala que no teu corpo se faz poema...serei o sonho e o silêncio do teu olhar...serei a melodia do teu adormecer...serei onda e mar...praia e vento...serei o teu destino...o abraço de ternura no tempo esquecido...apenas um instante...serei tudo ou talvez nada...ou serei do Vento um murmúrio eterno.



quinta-feira, 3 de março de 2011

MULHERES DE OUTONO...O Grito de todas as mulheres caladas

São mulheres de Outono...silenciosas...ramos secos por colher
Esqueceram quem eram...a dor deixou de doer...já adormeceu
No peito raízes de mágoa...no ventre a sua essência de mulher
A noite já não tem chama...o olhar deixou de brilhar...escureceu

Trazem no rosto angústia...mulheres feridas...vão chorando
Magoadas...esquecidas...vagam envoltas no próprio lamento
As mãos são ausência...os braços a espera...vão definhando
Amarguradas...trazem no peito a mágoa...na pele o tempo

Entregaram a alma...nas esquinas dos corpos feridos...violados
Foram chão...sabor amargo...pedaços de vida...silêncio e dor
Os seus anseios...os seus sonhos...ficaram nos lençóis gelados
Espectros...destinos marcados...são tristes despojos de amor

São sombras silenciosas...treva escura gemidos da madrugada
Escondem as feridas...aprisionam o tempo...lambem as mágoas
Amordaçadas...nada esperam...vazias de tudo...cheias de nada
Escravas da dor...sepultam a ilusão...escondem as lágrimas

Tantas vezes morreram...com um sorriso no peito a sangrar
Há medos desenhados no corpo... na alma...negros infernos
Já não sabem amar...despiram a ilusão...deixaram de sonhar
Já não gritam...já não choram...são apenas lamentos eternos

Passos errantes...tocando o inferno...entregam-se à noite
Percorrem o deserto...caminhando nos próprios destroços
Muros...grades...laços...sombras apenas...beijando a morte
Espelhos negros...rostos marcados...rugas na pele e nos ossos