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terça-feira, 27 de setembro de 2011

A noite me invade...


A noite me invade...o meu corpo anoitece...o meu leito arrefece
Parto de mim...ausente da vida...jazendo no chão dos meus passos
Sem rumo...sem norte...no olhar o silêncio...nos lábios uma prece
A noite me invade...tristemente a escorrer dos meus braços

A noite me invade...me assombra...despindo-me o amor da pele
Vestindo-me de segredos e medos...cravando-me de espinhos
Dentro de mim profundos abismos...desfeitos sonhos de papel
A noite me invade...e nela corre livre a dor do meu caminho

A noite me invade...nela jaz o meu corpo...só e amordaçado
Vagando à beira do precipicio...entre a luz e a sombra...morto
Num voo sem rumo...gaivota sem mar...um barco naufragado
A noite me invade...num mar revolto...num cais sem porto

A noite me invade...negro espaço no tempo...que me rasga
Que me queima...que me doi...que me solta e me prende
Deixa-me nua...devora-me a carne que me cobre a alma
A noite me invade...o meu pobre corpo ao cansaço se rende

A noite me invade...a ternura fez-se dor...o amor fez-se vazio
Num poema sem rima...num verso sem cor...num rosto sem vida
Num tempo sem tempo...num olhar sem luz...tão triste e tão frio
A noite me invade...a escuridão me cobre...o chão me dá guarida

A noite me invade...nuvem negra que me embala docemente
Num céu sem estrelas...num infinito sem luz...abismo sem fim
O vento fez-se tempestade...arrastando o meu corpo lentamente
A noite me invade...acordando os fantasmas que vivem em mim

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Esperei...


Esperei no outro lado de mim...na solidão de ti...do silêncio da cama vazia...nas paredes nuas do espanto...na emaranhada teia que me envolve...na profunda sepultura que me espera e me chama...nos íngremes degraus que prendem os meus passos...no longínquo amor que anseio...no áspero caminho que percorro...nas pesadas correntes que me prendem...nas vazias as mãos que envolvem a minha alma...no enevoado o olhar que te recorda no agreste deserto que percorro.
Esperei entre as brumas...esperei o céu azul...o sol a romper por entre a escuridão...esperei por mim...por ti...esperei em vão...eu não me encontrei e tu não chegaste e as nuvens choveram raios...e os meus olhos acariciaram o mar...e a minha alma foi com as ondas...e a noite não me deixou só...envolveu o meu corpo num abraço gélido...silencioso...como o vazio que me percorre...como as ondas que me afagaram um dia...as mãos que me enlaçaram...vazias...os sorrisos frios...as sombras das minhas lembranças...o amor que ficou pisado no chão...nos sonhos que gritam no meu corpo...um retalho esquecido da vida no deserto da minha pele...onde as mãos são o abandono de todas as carícias...a noite de todos os vazios.
Sobre a tela branca da espera...repousa um esboço...uma quimera...um beijo eterno...um poema infinito que os meus lábios frios tocaram...uma efémera lágrima que cai solta entre os meus dedos...nas dormentes mãos que afagam o tempo...no vazio dos braços que me esperam...um abismo no limiar do sonho...onde guardo o tempo e provo o ópio da solidão...dissipo a chama que me consome o corpo...entralaço as palavras no meu peito e mergulho a alma num turbilhão de emoções...onde estou mas não sou.
Nesta eterna espera...amanhece o Inverno nos meus gestos...anoitece o dia nos meus cansaços...nua de sorrisos...sou a árvore que já floriu...a quimera do que não foi...um vazio de ilusões por ser...a memória diluida dos dias...o azul escuro...quase treva...das noites sem fim.
Esperei o dia...esperei em vão...regressei a mim...tão distante da vida e tão cansada de estar...tão pó...tão nada...um sopro de ilusão apenas...uma lágrima de poeta escorrendo na solidão da mulher.



sábado, 17 de setembro de 2011

Sou mulher...




Sou mulher...sou uma promessa de vida...gritando a solidão
Sou a dor calada de todos os silêncios...um sonho de amor
Sou o rosto da amargura...sopro de tempestade...um furacão
Aroma delicado de uma flor do deserto... brisa beijando a dor

Sou mulher...sou as entranhas da terra...entro e saio de mim
Chamo o meu corpo morto...refugio-me no jardim da ilusão
Fico esperando o nada...no silêncio estranho desse jardim
No abismo deserto de todas as ruas...beco escuro da paixão

Sou mulher...amordaçada e mal-amada...sou a doçura da noite
Tenho no meu corpo...perfume de rosas negras e versos de amor
Bebo as trevas...brindo à solidão...voo nua nos braços da morte
Dentro de mim...passeiam demónios...gemem infernos de dor

Sou mulher...retrato amarelecido...sombra esbatida de mim
Voo à beira do chão...persigo-me e dilacero-me...prendo-me
Sou a arritmia da dor...sou o equilibrio do desequilibrio do fim
Não sei quem sou...vivo além do tempo e da vida...rendo-me

Sou mulher...sou o ventre da dor...a sombra da noite e do dia
Sou o esquecimento dum lugar sem rumo...dum abismo sem fim
Sou o medo...o terror do meu silêncio...a dor da minha alegria
Sepultada no leito de todos os abismos...vôo para longe de mim

Sou mulher...raíz amarga da vida...sou esquecida e lembrada
Vincadas no rosto as rugas...as lágrimas...num sorriso de dor
Sou sonho e sou grito...paixão e tempestade...fim de jornada
Sou o precipício...princípio e fim...um último grito de amor


Este foi o poema com que participei no eventoA poesia ao encontro do tempo”, organizado pelo Centro de Cultura de Campos. 





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Não tenho palavras...estou emocionada por tanto carinho e deixo esta rosa com um beijo




Hoje...queria rosas nas minhas mãos

Hoje...queria rosas nas minhas mãos...estrelas no meu olhar
Palavras de amor no meu corpo...leves como pétalas de veludo
Hoje...queria andar à deriva no teu desejo...no teu (a)mar
Mas vem a noite...veste-se de grito num abraço tão profundo

Hoje não quero poemas...quero tocar o céu...no infinito voar
Quero repousar ternamente...entre as nuvens o meu cansaço
Entre afagos meu amor...seca os meus olhos cheios de mar
Hoje...meu amor...quero que sejas o olhar onde me enlaço


Hoje...queria uma voz murmurando ao meu ouvido ternamente
Palavras de amor...escritas no olhar...dedilhadas na minha pele
Hoje não quero rimas nem poemas...queria ser tua docemente
Queria apenas envolver-te nos meus doces braços de mulher

Hoje...queria calar a poesia...hoje queria apenas falar de amor
Queria inventar-me...inventar-te...prender-te nas mãos vazias
Hoje...apenas hoje...queria no silêncio esconder a minha dor
Soltar as palavras que no meu corpo gritam nas noites frias

Hoje...queria morrer e renascer...hoje queria ser rosa em botão
Queria voar além de mim e do tempo...queria ser o amanhecer
Hoje queria gritar todos os silêncios...escritos no meu coração
Queria hoje meu amor...num doce olhar...em mim te prender

Hoje...apenas hoje...queria sentir o calor da tua voz...a ternura
O tempo dentro do teu olhar...a tua mão presa na minha mão
Hoje queria apenas...o meu corpo ardente no teu...doce loucura
Queria hoje...apenas hoje meu amor...ser um instante de paixão




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

2 ANOS DE BLOGUE


Minhas queridas e meus queridos amigos.
Dois anos de blogue...661 seguidores...15.555 comentários...Nestes números está o vosso carinho...porque sem ele eu já teria desistido. estes números são vossos.
O que escrever...se em cada comentário...em cada visita que me fazem me deixam o sabor de um abraço...o carinho de um beijo...o afago da amizade que encontrei aqui e me fazem sentir PESSOA...me lembram que eu sou alguém.
O que dizer mais...faltam-me as palavras para agradecer o vazio que encheram...apenas digo que não estou tão só...que o meu coração se enche de ternura todas as vezes que sinto a vossa presença...todas as vezes que aqui chego e tenho o vosso calor a aquecer-me o coração... é como abrir a porta da minha casa.
Apenas digo OBRIGADA.

E deixo o selinho para todos e um beijinho carinhoso.

Rosa



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Ao meu corpo te chamo...


Fecho os olhos...em sonhos te chamo ao meu corpo de água
À minha cama de espinhos...aos meus lençóis de amargura
Ao meu sono inquieto...às minhas madrugadas de mágoa
Chamo-te à minha noite vazia...ao meu olhar de ternura

Sou uma pétala a entardecer...uma folha seca de Outono
Nua de mim...despida de ti...sou o que sobrou da ilusão
Uma pálida boca...um triste sorriso...despido de sonho
Silencioso grito...num corpo de mulher vestido de solidão

Comigo dorme a noite...a noite negra...o vazio dos braços
E o silêncio sufocado...e as mãos sem nada e eu sem mim
E o corpo adormecido...e a dor que me prende...os laços
E o tempo que se esvai...e este labirinto onde me perdi

Tenho as asas cansadas...o coração ferido...a boca despida
Os sonhos rasgados...os passos perdidos... o olhar vazio
O azul enegrecido...o céu tão longe...e eu de mim esquecida
E os lençóis gelados...e a pele sem ti...e a mulher com frio

Entardeci e envelheci...perdida de mim e esquecida de ser
Esperei-te era rosa...fiz-me espinho...mastiguei os cardos
Caminhei pelas pedras...chorei invernos...deixei de querer
Cantei a dor da ternura...soletrei poemas...escrevi dardos

Já abracei tantos sonhos...já escrevi tanta mágoa...já chorei
Despedi-me do amor...amordacei o desejo...parei no tempo
Afundei-me no abismo...voei no infinito...ao céu não cheguei
Voei no limbo...abraçei as trevas e dancei nua na voz do vento

RosaSolidão