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domingo, 30 de outubro de 2011

Visto-me de violetas...


Visto-me de violetas...enfeito-me de solidão...perfumo-me de rosas negras...deposito meu corpo na terra fria...entre o infinito e a eternidade...caminho entre nuvens brancas do silêncio...numa ansia eterna a morrer no meu olhar de brumas...na vida que ficou para trás...na chama que se apagou...no abandono do EU...perdida no desengano...envolta pela noite...vou sem mim.
Os sonhos perdi-os entre as pedras do esquecimento...o amor deixei-o do lado de lá da vida...não o encontro...saio agora pelo outro lado do silêncio...perco-me no esquecimento do tempo...deixo o meu corpo e volto ao pó...entrego-me ao nada...cinzas apenas...a escorrer no silêncio de um instante...num grito preso na imensidão...num olhar perdido...num canto silêncioso...onde não me tenho...não sou
Vestida de noite...danço uma valsa fúnebre...dolente...envolta nos véus da penumbra...danço despida de mim...entre os lábios e a pele...num lugar breve e sem volta...onde guardei as memórias de um outro eu que se perdeu no tempo...numa serenidade estranha...numa ânsia de infínito...numa procura de eternidade deixo escorrer uma lágrima...afasto uma sombra que caminha comigo numa manhã sem destino...numa noite sem chegada...num céu sem estrelas...no ocaso do meu olhar...no frio que se desprende das minhas mãos...no grito onde se escondem todos os silêncios...todos os desenganos...onde numa breve fuga ao ocaso escurecem os dias por entre a sombra e a penumbra...onde a dor é um afago no eco de todos os gritos...no lamento de todos os murmúrios e a sombra da minha sombra a minha eterna companhia.
Entre a terra e o céu...há tantas pedras nuas que ferem a alma...tantos lugares vazios...tantas noites que crescem dentro de mim...amordaçadas no meu corpo...aprisionadas nos meus braços cansados...escorrendo do vazio das minhas mãos...como asas silenciosas inundando todos os recantos gelados da minha alma... ficaram as palavras numa lágrima escrita em silêncio.
No fundo da noite...fantasmas flutuam na memória...acordando o sono...no regaço da escuridão...como asas na noite...transformando em cinzas os sonhos agonizantes...onde ardiam desejos...pousados na sombra negra do amor...no abismo da terra fria...onde adormeço...no vazio da eternidade...envolta no silêncio do tempo descanso enfim...no anoitecer da terra.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A dor do Poeta...



Gritam na noite as sombras...as feridas do poeta...as rosas
Chovem no peito os infernos...na alma do poeta chora a dor
Nuvens negras o envolvem...chamas de fogo negras vaporosas
São as sombras...as tristes sombras...são os fantasmas do amor

Brinca com a dor o poeta...nas mãos vazias prende uma lágrima
Os braços já não são asas...os sonhos deixaram de ser fantasia
A boca sabe-lhe a sal...o dia deixou de ser dia...é apenas mágoa
Deixou de fazer versos ao luar...embala na noite a melancolia

O poeta finge a morte...esquece a vida...sem limite se entrega
Envelhece na solidão da noite...amanhece nos braços da poesia
Sacia a sede de amor...nas vielas para onde a escuridão o leva
Caminha em vão o poeta...no olhar leva uma prece de agonia

O leito do poeta é frio...o silêncio é voz..de ausêcia são as mãos
O rosto já não é rosto é tempo...o olhar fez-se pedra...escureceu
Veste-se e despe-se...perfuma-se de incenso...abandona a ilusão
Pisa as rosas entre os dedos...sepulta e esvazia tudo o que doeu

No peito do poeta jazem sem vida...as folhas mortas da paixão
A tristeza e melancolia dos dias de Outono...a pálida luz do luar
A eternidade prometida que não vem... poeta tem na boca solidão
À noite dá o seu leito de espinhos...os seus braços entrega ao mar

No rosto do poeta há distância...voa errante o pensamento
A noite é escura...o dia é bruma...as madrugadas são nostalgia
O cio já não é desejo...as mãos não são carícia...são lamento
A rua não é caminho...é abismo...os intantes não são alegria

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Despi-me de mim...


Despi-me de mim e abandonei as cambraias na terra fria
Desfiz os sonhos...silenciei as palavras...rasguei as prosas
Abandonei as mãos...amordacei os abraços...fiquei vazia
Gelei o corpo na noite...no leito frio do amor deixei as rosas

Já não sou asa nas rimas dos meus poemas...não sou poesia
Rasguei os véus...desnudei a minha alma e vesti-me de noite
Cravei na pele os espinhos...gritei ao mundo a minha agonia
Anoiteci só e acordei vazia...sem mim sem vida e sem norte

A noite me veste...amordaça-me a vida...o tempo me fere
Magoam-me as pedras...dilaceram-me os ais e assim anoiteço
No lado negro da vida...sou apenas a memória da minha pele
Um livro em branco esquecido no chão...sem fim nem começo

Desceu a escuridão no meu rosto...adormeci o meu olhar
Morreram-me os sonhos...as lembranças cheiram a dor
Apagaram-se as estrelas... no céu anoiteceu a luz do luar
Encontrei-me sem mim...no abismo fundo e negro do amor

Sou pedra dura e sou cardo...perdida entre caminhos agrestes
Rosa entardecida...resto de sonho sem vida...ocaso da madrugada
Sombra perdida entre os escombros...vagando entre os ciprestes
Nua dos meus braços...caminho sem mim...ferida e amordaçada

Sou a lua solitária...triste e louca sonhadora dos sonhos perdidos
Ave magoada...perdeu as asas...prendeu o voo...rasgou os laços
Guardou as cinzas do amor...amordaçou no corpo os gemidos
Adormeceu embalando na noite a solidão e sonhou cansaços

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os anos passam...



Os anos passam...os dias lentos e frios...o peso da vida que denúncia cansaço...os enganos...poemas guardados...sonhos desfeitos...dor de poeta...solidão de mulher que perdeu a inocência...alma inquieta...no corpo os escolhos...sementes de amor...pedaços de dor...marcas de espinhos...restos de vida.
Prisioneira e liberta...querendo fugir das teias...do frio que inunda as madrugadas...da dor escondida no fundo do tempo...na vida que se fez noite...no corpo que doi...desejo a arder...numa ansia de ser...no desespero de querer...na emoção de sentir.
Aprisionado entre o querer e o poder...entre a vida e o abismo está o passado magoado... o presente vazio...o futuro ausente...apagado nas sombras...desvanecido na desilusão...doendo no corpo e na alma ...escorregando entre os dedos dormentes da vida.
Aprisionados entre o tempo e a memória...os sonhos que se vestiram de ausência...silenciosos gritos ecoando na noite sem fim...perdidos num espaço branco...vazio...como estas mãos que escrevem...tão nuas...tão despidas de carinho...anoitecidas de ilusões...vazias de promessas...cheias de silêncios.
Aprisionado no meu corpo um soluço...na madrugada um abraço ausente...no meu rosto gestos sem idade...no meu olhar...este grito ecoando na madrugada...chamando na noite a ternura.
Há no meu olhar a ausência...o tempo...o ser... o estar...o continuar...o Outono com lembranças de Primavera...quase nada...um corpo numa rosa que secou...no vazio de um abraço...no desejo de um beijo...nas palavras mudas gritando em silêncio...num poema maldito onde repousam todos os demónios...no meu corpo uma lágrima...nos meus dedos um poema inacabado...perdido no sonho...entre o tempo e o desengano.
Sem adormecer encontro o silêncio de todas as ruas sem nome...procuro-me e não procuro ninguém...apenas um corpo amortalhado...umas mãos cansadas...cheias de nada...vazias de tudo.
Caminho em silêncio...entre as brumas...nos caminhos vazios da saudade...meu corpo vaga sem destino...envolto na solidão de uma lágrima que me escorre da alma...doce e tristemente chamando a vida que me escapa entre os dedos...gritando o tempo que se esvai...nascendo e morrendo tanta vez.




sábado, 8 de outubro de 2011

Ninguém tente entender a poesia...


Ninguém tente entender a poesia...a alma do poeta é procura
É o coração em chamas...o frio da alma...a negridão da noite
É loucura que desliza ao sabor da pena...em eterna amargura
É a droga do corpo...o sangue a latejar... a solidão da morte

Ninguém tente entender a poesia...é uma sereia sem mar
É fogo que queima...o sol a morrer...flor seca do deserto
Veneno a escorrer dos dedos...o céu e o inferno de amar
É a sombra e a luz do poeta...é o punhal cravado no peito

Ninguém tente entender a poesia...é inferno tatuado na pele
É morrer e renascer...anjo e demónio...ternura e temporal
O desespero...o grito e o silêncio...no corpo o sabor de fel
Mulher e amante...amor e pecado...eterna noite de vendaval

Ninguém tente entender a poesia...céu e loucura...dor e paixão
Um canto doce de tristeza...palavra impregnada em nostalgia
Uma procura indefinida...morte lenta nos braços da solidão
Eterna condenação a ser só...triste musa envolta em agonia

Ninguém tente entender a poesia...palavra no peito amordaçada
Um voo de ilusão...emoções e sonhos perdidos...negro inferno
Mergulho silencioso na alma...uma lágrima no corpo sufocada
Chama a arder no peito...frio a escorrer das mãos...canto eterno

Ninguém tente entender a poesia...nem o poeta se entende
Grita ao mundo o seu pranto...brinda com sícuta à fantasia
Plana no céu...afunda-se nas trevas...na escuridão se rende
Entrega o amor à noite...o corpo à solidão...a boca à poesia


Este foi um dos poemas com que participei no eventoA poesia ao encontro do tempo”, organizado pelo Centro de Cultura de Campos. 

domingo, 2 de outubro de 2011

E este Vendaval...


E este vendaval bramindo no meu corpo...esta noite despida
E este fogo lento que me envolve...e esta cama de espinhos
E estes lençóis tecidos de amargura...e esta morte em vida
E este abismo sem luz por onde vagueio...e estes caminhos

E este silêncio que se fez mágoa...e as palavras rasgadas
E esta sombra que me anoitece o olhar...e o peso do vazio
E este sal que me corre nas veias...as lágrimas sufocadas
E estes braços sem mim...estas mãos sem nada...este frio

E este céu negro que me envolve...este coração amordaçado
E esta madrugada que me doi...que me queima e entristece
E esta ansia de ser...este desejo de querer...no peito sufocado
E esta vida que não passa...e esta noite que nunca amanhece

E este desejo que encendeia o meu corpo...que me fere a alma
E este amor de carne...este vestido de vento...este mar bravio
E esta mulher...voando nas asas de um condor na noite calma
E este leito de solidão...estas rosas secas...este corpo vazio

E este vento que me leva...anunciando a tempestade
E esta vida que gastei...e este tempo que me queima
E este rosto que murmúra...os ecos de uma saudade
E este sorriso inventado...esta dor que em mim teima

E este abismo negro...as dores...as flores...este meu cansaço
E esta dança fúnebre...dolente...onde vagueio sem chegar
E estas sombras na noite...que são o abraço onde me enlaço
E esta lágrima que escorre por dentro de mim...e este mar