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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FELIZ 2014


Que neste ano de 2014 que agora se inicia possamos com uma palavra de apoio e carinho fazer com que o mundo seja melhor e que a esperança continue presente nos nossos corações...que a paz o amor e a fraternidade seja o alvorecer de um novo tempo...ainda que na incerteza do amanhã (que não será um mar de rosas) tenhamos a força e a coragem necessária para o enfrentar e não deixar passar as injustiças, neste mundo com tanta desigualdade.
E obrigada por me abrirem o vosso coração para eu entrar e alimentar a minha alma neste caminho que é feito por nós...mas que depende de quem nos acompanha e nos ajuda a ultrapassar dias menos bons e que estão sempre presentes com uma palavra de conforto...que secam as nossas lágrimas e sorriem com as nossas alegrias.

FELIZ ANO NOVO junto de todos os que vos são queridos.

Um beijinho
Sonhadora

domingo, 22 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL


Mais um Natal chegando e tantos lares sem pão...tanta criança sem o necessário para ter uma infância digna (não falo em brinquedos), mas comida na mesa...roupa quente no corpo e sem ter que estender a mão à caridade dos que por vezes nem olham para não verem aqueles olhares onde não resta um sopro de ilusão...e não vendo não sintam o pranto de tanta infância que ficou por viver...de tantas mães embalando os filhos no regaço da fome, de tantas vidas que desceram ao fundo do poço, de tantos seres humanos que vasculham os contentores do lixo como se fossem nada...enquanto que para os senhores do mundo o luxo e o supérfluo não tem valor algum...a fome não lhes diz respeito...o Natal é só um dia em que eles pregam a igualdade e a fraternidade...só um dia.
Mas os dias para os excluídos da sorte são todos iguais...frios e cheios de incertezas num caminho onde o sol não chega...na noite imensa onde não dormem nem sonham...porque o que os abriga é apenas o céu imenso e por vezes um cobertor dado por alguma mão piedosa, que felizmente ainda há quem se preocupe com os que nada têm...embora seja uma gota de água no Oceano.
É triste que o Natal seja apenas uma data no calendário dos senhores que governam e que do alto da sua arrogância ainda têm a desfaçatez de vir desejar um Natal Feliz a quem já nada tem...a quem estão a roubar toda a dignidade que um ser humano merece e tem direito.

Que o Natal seja um genuíno gesto de dádiva e não o consumismo desenfreado em que foi transformado o nascimento do homem justo que foi Jesus. Que o verdadeiro espírito do Natal volte aos nossos corações e olhemos não só em frente, mas também para o lado e assim conseguir-mos fazer que o Natal aconteça 365 vezes por ano.

E para todas as minhas amigas e amigos (pedindo desculpa por este desabafo) desejo um Natal Feliz...pleno de paz e amor junto de todos os que vos são queridos e agradecendo o vosso carinho que me faz bem à alma e ao coração.


Rosa Maria

HOJE É O MEU ANIVERSÁRIO


O tempo passará sempre...mesmo que o corpo morra ele continuará depois de nós...no fim do fim ele existirá e de quem fomos apenas restará uma ténue lembrança...uma doce recordação e em algum lugar do tempo as almas se encontram.
E eu quero agradecer o vosso carinho que me dá alento para continuar sempre aqui bebendo desta fonte o alento que todos precisamos para seguir em frente.

Deixo o meu beijinho carinhoso e provem uma fatia de bolo e bebam uma taça de champanhe.

Rosa Maria




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

VIVE EM MIM...


Vive no meu corpo alguém que já morreu...apenas o retrato
Da menina que fui ainda existe...da mulher somente restou
Uma sombra quase morta que dentro de mim ainda guardo
No retrato amarelecido no tempo onde me vejo e não estou

Vivem no meu corpo recordações perfumadas de silêncio
No meu rosto pedaços de luz querendo romper a escuridão
Na moldura enegrecida onde tristemente ainda permaneço
Nesse olhar onde já não existe nenhuma réstia de ilusão

Vive no meu corpo um desejo quase cinza...quase morte
Num grito rouco e profundo ...lá bem no fundo de mim
Esse fogo de amor perdido...bailando no ventre da noite
Embalando nos braços a quimera do beijo que não senti

Vive para sempre no meu corpo...esse sonho que sonhei
Quando o sol se apagou e a noite deixou de amanhecer
E perdida no meu olhar ficou...aquela lágrima que te dei
Um perfume vago de saudade...pranto do meu entardecer

Vive preso nas minhas mãos o crepúsculo...como um adeus
Travo amargo com que teci as ilusões da menina da moldura
Que ficou presa no espelho...como uma sombra que morreu
Neste corpo que já não sinto...na minha alma que é lonjura

Vive no fio da navalha a mulher que em vida se amortalhou
Tão despida de ilusão neste abismo negro esculpido pela dor
No meu rosto entardecido pelas marcas que o tempo deixou
Nesta treva que me cobre...sepultei todos os sonhos de amor


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A TI...POESIA


Em cada noite te encontro poesia e a ti me entrego docemente
Como um amante me enlaças e me possuis numa lenta agonia
Num leito de rosas negras sobre mim te deitas languidamente
E assim inteira e despida...a ti me entrego até ao raiar do dia

É de poesia o manto que me cobre...é de sangue este lamento
Que escrevo na alma a fogo...como se retalhasse o meu corpo
E nas cinzas adormecesse esse murmúrio que lanço ao vento
Como se fosse um adeus que me vai matando pouco a pouco

Contigo percorro todos os desertos...vou ao céu e ao inferno
Desço ao mais profundo de mim onde morro antes da morte
Num obscuro lugar onde o que me vestiu permanece eterno
Rasgando-me a carne ferida...como se fosse o beijo da noite

És poesia...o fogo ardente que me queima a carne em agonia
Contigo desço ao abismo profundo e insondável do meu Eu
E juntas bebemos o fel da amargura em taça de melancolia
No grito incontido da poeta que pensa que vive e já morreu

És tu a deusa da minha solidão...regaço doce onde me deito
E em silêncio te desfolho página a página...mágoa a mágoa
Arrancando palavras feridas do mais profundo do meu peito
E aí te guardo como se guardasse do meu olhar uma lágrima

És o sangue que me sufoca...um punhal rasgando-me o corpo
Num prazer quase divino de contigo beber o veneno da vida
No nada dum momento em que vou morrendo pouco a pouco
No regaço dos teus braços de ilusão...a ti me entrego despida


terça-feira, 24 de setembro de 2013

MORRESTE EM MIM...


Morreste em mim...morremos um no outro tão ausentes
Assistindo à minha morte e brindando com cicuta à solidão
Como um pássaro cativo lanço à terra as minhas correntes
Sem saber quem sou ou se existo...se sou real ou só ilusão

Morreste em mim...e eu continuo morrendo em cada noite
Sem saber por onde caminhei...tão perto e tão longe de ti
Com o coração entre as mãos e o corpo afagando a morte
Adormecendo a noite que se deita comigo...vazia de mim

Morreste em mim...deixei de esperar por uma noite de amor
Que me gelou o corpo que foi lume...sangue que foi paixão
Orgasmo que foi desejo...escorrendo do meu corpo em flor
E hoje é o lugar sombrio que tu habitas...apenas recordação

Morreste em mim...tristemente como uma noite sem braços
Tocando dolorosamente a minha pele...sedenta e abandonada
Onde adormeceram as tuas mãos e nasceram os meus cansaços
Foi aí que morreste em mim...no frio que habita a madrugada

Morreste em mim...num lugar sombrio em que estás sem estar
Nas rosas que me deste cobertas de espinhos e perfume de dor
Neste silêncio que nos une...no tudo que me deste sem me dar
Nas noites em que morri em mim...solitária e prenhe de amor

Morreste em mim...quebrei as correntes...cumpri a minha pena
Deixei que as folhas mortas do Outono cobrissem o meu leito
Envolvi-me com o vestido vermelho do amor e esperei serena
Que as rosas que me adornaram voltassem a florir no meu peito

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Caminho sem mim...


Caminho sem mim na tarde que agoniza...na noite que me espera e como um amante me enlaça...doce e gélida como as paredes brancas deste quarto onde apenas o meu corpo habita...só o meu corpo porque a minha alma já partiu na procura de uma eternidade silenciosa onde me deite e adormeça serenamente.
Caminho lentamente na quietitude deste Outono por entre as cinzas da memória...uma sombra perdida no escuro como uma voz sem eco...um olhar sem luz...perdido num horizonte de dor e solidão onde guardei toda a ternura das noites insones onde o amor não amanheceu.
Caminho sobre os meus sonhos bordados com a pálida luz da ilusão e rasgados em noites de penumbra onde em silêncio espero talvez o sorriso das cinzas que cobrem o meu corpo e comigo adormecem como fantasmas que se esfumam no ar como se fossem farrapos dos meus sonhos...pedaços adormecidos de mim.
Caminho no fundo do tempo por entre as sombras que me prendem à terra onde vou apagando os meus passos e morrendo tanta vez em cada passo que dou...em cada folha amarelecida que piso como se pisasse a vida...como se caminhasse sobre o abismo.
Caminho lado a lado com o silêncio na noite inesgotável e infinita que se deita sobre o meu corpo num gemido magoado como se fosse uma melodia de amor...um breve momento em que parto de mim e voo como se tivesse asas...como quem procura um céu onde repousar apenas por um instante...como se as nuvens fossem lençóis de rendas onde queria deitar o meu corpo para uma noite de amor...como se o tempo fosse eterno.
Caminho como se me procurasse por entre a bruma...num lugar perdido dentro de mim...um lugar árido e frio como as flores moribundas que carrego no meu corpo sem uma gota de amor para sobreviver...sem um pedaço de ternura para me aconchegar...sem um afago que me deixe enfim adormecer nesse céu longínquo para onde desejo voar.
Caminho por entre pedras pontiagudas e giestas bravas como se caminhasse distante de mim... como se me libertasse da minha alma...como se procurasse o meu próprio rosto...como se não sentisse o meu corpo...como se o meu coração tivesse parado e dos meus olhos se desvanecesse a luz e apenas a escuridão iluminasse esse caminho por onde quero seguir até encontrar o lado de lá da vida...o lado final do tempo onde o céu é infinito e tudo o que me vestiu será eternidade.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

São de sangue os meus poemas...


Da cor dos meus poemas é o meu sangue...negro como a noite
Que me queima como brasa ...que me rasga a carne em ferida
Esse punhal com que me escrevo...aguçado e frio como a morte
Nesta ferida tão funda...derramada em cada palavra sem vida

Nos meus poemas há uma sede de vida...uma fome de infinito
Um desejo de eternidade...como lâmina de silêncio que me fere
Nesta dor surda com que apunhalei a verdade com que minto
Neste rosto que se cobriu de cinzas...neste amor que sabe a fel

Nos meus poemas há um grito que vem do coração...tão dorido
Como quem escreve na pedra dura...como quem morre em vão
Como quem chama por mim...fazendo das palavras um gemido
Quando no branco da folha...derramo a minha dor em oração

Nos meus versos há uma palavra intangível...a palavra amor
Que queria embalar nos meus braços e guardar no meu peito
Mas há um lugar sombrio onde apenas perdura a palavra dor
Que canto nos meus versos...como um negro amor perfeito

Nos meus versos ecôa um pedido de silêncio...num grito mudo
Vindo do fundo da alma...escorrendo-me da mão em desalento
Nos versos tristes e amargurados que docemente grito ao mundo
Mágoas que vou escrevendo na folha que se vestiu de cinzento

Há nos meus versos estranhas melodias...sorrisos amordaçados
Moradas de silêncio na noite escura onde me deito e adormeço
Sonhando que sou menina e os meus sonhos não foram rasgados
Pelo punhal com que me escrevo na folha branca onde anoiteço

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Talvez a noite te diga...


Talvez a noite te diga...do amor ardente que no meu peito ficou
Da infínita tristeza...do tempo em que não me amei...do cansaço
Talvez a noite te conte do frio que os meus desejos amordaçou
No silêncio do meu corpo...esquecido da ternura de um abraço

Talvez a noite te diga...do lugar frio onde a ausência adormece
Deitada sobre os véus negros da ilusão...onde morreu a ternura
No lugar vazio da espera...onde o meu corpo gelado amanhece
Preso nos braços dolentes da noite...onde o teu corpo é lonjura

Talvez a noite te diga...da dor que me queima o corpo e a alma
Que me rasga a pele...que me tortura os sentidos...que me fere
Talvez a noite te conte dos teus silêncios...das minhas mágoas
Dos teus lábios gelados...beijando o meu corpo nú de mulher

Talvez a noite te diga...do Inverno frio que cobre os meus braços
Das carícias abandonadas na minha pele vestida de esquecimento
Ébria de solidão e embalando na noite imensa os meus cansaços
Nas mãos despidas de ternura...na solitária cama onde me deito

Talvez a noite te diga...dos instantes brancos...do sono acordado
Dos lençóis vestidos de desejo...cobrindo o meu corpo a sangrar
Talvez a noite te conte...do silêncio que trago no peito sufocado
No grito a morrer dentro de mim...desta dor presa no meu olhar

Talvez a noite te diga...da ternura dos meus dedos...da distância
Dos meus lábios de fel perfumados...do sabor amargo do beijo
Das últimas rosas que perfumaram o meu corpo...da lembrança
Das sombras que desceram sobre mim...da mordaça do desejo

Talvez a noite te diga...dos ecos de solidão que o meu corpo sente
Da mulher que espera na luz da madrugada por uma gota de amor
Da desilusão onde o meu corpo anoitece...morrendo lentamente
Quando em ti me deito...coberta pelo manto negro da minha dor

terça-feira, 9 de julho de 2013

Que morte é esta que me afaga...



Que morte é esta que me afaga como se fosse amor...que me gela o corpo como se fosse noite...que muros são estes que me cortam os passos...que terra é esta que me chama num canto de vento nos ciprestes numa melodia que ecoa docemente como se fosse ternura...que mãos são estas que me tocam como se fossem mármore e eu fosse nada.
Que morte é esta que na noite me visita...me rasga o corpo e me beija a pele como se fosse a sombra da minha alma e me leva por infinitos corredores como se fosse a última morada das rosas...o último estertor da ilusão...o derradeiro beijo da solidão onde tudo é delírio...céu e inferno...desejo e loucura...sentir e não sentir esta morte que me tortura à flor da pele...nas raias do medo.
Que morte é esta que me doi tanto e se deita dentro de mim...que chora no meu regaço...bebe as minhas dores e beija as minhas lágrimas como se fossem o meu rosto...que me acaricia e me leva para as mãos frias da ausência nesse espaço onde não há memória...nesse vazio infinito a que me quero entregar como se fosses tu e adormecer serenamente como se fosse criança ainda.
Que morte é esta que se veste de cetim e que me olha enternecida e me chama para os seus doces braços de solidão e desencanto...que me alimenta a alma e me leva para o leito frio do amor como se o meu corpo fosse uma sombra quase bruma e eu fosse chão.
Que morte é esta que me deixa nua...que vem serena como a brisa afagando o meu corpo e pronunciando docemente o meu nome como se fosse a carne da minha carne adormecida no lençol púrpura dos amantes...sepúlcro onde emudecem todos os gemidos de amor...no frio da memória.
Que morte é esta que me prende com os seus longos braços e dança com a minha alma como se fosse o último sopro de vida...o ultimo suspiro de desejo...a última ilusão de um corpo sobre o meu corpo...como quem renasce para a vida...ou caminha para a eternidade.
Que morte é esta que apenas os meus olhos vêm...tão longe e tão perto...tão dentro e fora de mim...num murmúrio do fundo do tempo...num pulsar de gestos gastos...um tic-tac de relógios parados...na dor de querer e não querer ver as folhas de Outono que vêm cobrir o meu corpo...as andorinhas que vêm anunciar a Primavera onde não fui...o Verão onde não estou e o Inverno onde sou amante desta morte que cobre todo o meu ser como um afago de vento...um doloroso suspiro de amor.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Voltando...Com Saudades



SOU MULHER MADURA...

Sou mulher madura...tarde de Outono e fogo do sol poente
Trago na memória a terra ardente da minha planície dourada
Nas mãos tenho a doçura de Maio...seara que já foi semente
Trago no sangue raízes profundas...no ventre da terra lavrada

Sou mulher madura...trago no meu corpo as marcas do amor
Palavras e gestos gravados a fogo na alma que teima em viver
Trago sonhos desenhados no gume da faca...no dorso da dor
Desejos dormentes nas mãos...que teimam em não adormecer

Sou mulher madura...trago no meu olhar a imensidão do vazio
Neste sangue queimando-me as veias...presságio de tempestade
Minha poção de sicuta...que lentamente vou bebendo e esvazio
Todo o veneno que contém esse pó que se chama eternidade

Sou mulher madura...trago no meu rosto o clamor do vento suão
Nas mãos tenho o orvalho das manhãs o desassossego da noite
Sou o canto profundo da madrugada...sou o mármore da paixão
Sou um grito de revolta dentro e fora de mim...sou vento norte

Sou mulher madura...amante doce da noite...a sombra da lua
Sou o lado obscuro do espelho...o princípio e o fim da estrada
Nada foi meu...nem mesmo essa cama onde me entreguei nua
Nesse breve e fugaz instante onde fui em ti o sol da madrugada

Sou mulher madura...amei demais...chorei demais e não me amei
Sou a carícia de um gesto fingido...solitária ruína do que não fui
Sou eu a esconder o rosto entre a solidão...onde me enclausurei
Com o corpo rasgado...as veias em chaga onde o sangue não aflui

Sou mulher madura...trago na pele o cansaço de passadas auroras
No meu rosto um sorriso desfeito...na boca o silêncio duma prece
Cinzeladas a fogo na carne trago as ilusões de todas as demoras
Nos cabelos a cor das nuvens...marcas do tempo que se desvanece


Quero agradecer as palavras carinhosas que me deixaram na minha ausência. A minha "asinha" ainda não está a 100%, mas vou tentar visitar os vossos cantinhos, pedindo desde já desculpa se demorar mais que o costume.
Deixo o meu beijinho com carinho e muitas saudades.
Rosa



quinta-feira, 21 de março de 2013

DIA MUNDIAL DA POESIA



Queridas amigas e amigos...não poderia faltar aqui neste dia da poesia para dar os parabéns a todos os poetas e poetisas.
E deixar este selinho para comemorar o Dia da Poesia e ao mesmo tempo agradecer o carinho que me deixaram em cada palavra de afecto e ternura.
Estou melhorando, mas ainda me custa muito escrever,não consigo estar muito tempo a digitar por isso peço desculpa de não agradecer individualmente a cada amiga e amigo que por aqui passou desejando-me as melhoras.
Espero voltar em breve...entretanto deixo este texto que tinha escrito há algum tempo.

Um beijinho com carinho
Rosa

O selinho está aqui: http://rosasolidao2.blogspot.pt/



A poesia é uma viagem em silêncio entre a pele e a memória...um vôo ao infinito...uma descida ao inferno...feita de luz e sombras...ir além do corpo...penetrar na alma entre chegadas e partidas...
latejando no corpo em fogo...no desejo a arder...vermelho e negro...começo e fim...morrer e renascer...o autopsiar da alma entre o tempo e as memórias...o vermelho vivo do sangue...a hemorragia que escorre dos dedos...é a poesia.
A poesia faz amor com as palavras...devora bocados de solidão...despe-se na noite...veste-se de parágrafos...bebe-se lentamente...soletra-se docemente...uma página em branco esperando o derramar da ilusão...uma carícia sensual escorrendo como um rio de emoções.
A poesia é a carícia dos dedos...a voz que se entorna no papel...um grito mudo...um vazio intensamente cheio...uma dança sensual...vestida de ausência e repleta de silêncios.
A poesia é a maré dos corpos na rebentação das águas...o inferno trocado por bocados de eternidade...uma viagem de luz e sombra...na memória das feridas...entre sonhos e delírios...o caos e a tempestade...entre o céu e o inferno...está a poesia.
A poesia é um silêncio gritado na cumplicidade das mãos...no vazio da noite...na loucura de todos os poetas aprisionada no poema...uma armadura de aço que prende as mãos... que amordaça os gestos numa estrada de silêncio que apenas o poeta percorre...árido labirinto no vazio inabitável de lugar nenhum.
A poesia é a loucura de todos os poetas...os segredos da memória...prende e asfixia...escreve e descreve quase nada e quase tudo...é a viagem de um fim incerto...arquivos da mente a preto e branco...fragmentos do que se quer dizer...gritos do que se quer calar.


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pausa...


Queridas amigas e amigos

Vou fazer uma pequena pausa...Tenho a minha “asa” direita com uma tendinose, não consigo estar muito tempo a escrever e como gosto de comentar com o carinho que merecem, prefiro dar um tempo até as dores melhorarem, estou a tomar anti-inflamatórios e relaxantes musculares, vamos ver se não demora muito a fazer efeito.
Entretanto deixo o meu carinho de sempre e um beijinho


domingo, 17 de fevereiro de 2013

É tarde...tão tarde...


É tarde...tão tarde...deixem-me docemente adormecer
Na margem dos sonhos desfeitos...dos desejos proibidos
No meu corpo em desalinho...na minha boca a entardecer
No meu rosto a envelhecer...na dormência dos sentidos

É tarde...tão tarde...repicam os sinos e esgota-se o tempo
Agosto passou...o frio secou as rosas que em Maio abriram
O céu ficou cinzento e o meu pobre corpo foi flor ao vento
A chama apagou-se...o Verão findou e as rosas não floriram

É tarde...tão tarde...a noite é tão noite e o amor tão distante
A solidão tão presente...a alma tão ausente...o coração ferido
O céu tão longe...o tempo tão breve...o amor é um instante
E eu de mim esquecida...e o meu corpo no limbo perdido

É tarde...tão tarde...as pedras estão gastas...os sonhos rasgados
As brumas cada vez mais densas...e eu cada vez mais ausente
A minha alma cada vez mais nua e o meu corpo mais gelado
A tua presença mais distante e a morte da noite mais presente

É tarde...tão tarde...as estrelas não brilham e o céu não é eterno
A noite não amanhece e o corpo que me veste arde em silêncio
Deitado sobre as cinzas da ilusão...chamas ardentes do inferno
Neste corpo que é terra de ninguém...perfumado de incenso

É tarde...tão tarde...as asas quebraram-se...a poeta morreu
A vida é apenas um instante...os sonhos são uma doce ilusão
A esperança é uma quimera que na minha alma adormeceu
No regaço da noite tão longa...nas asas tão negras da solidão

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Recorda-te de mim...


Quando enfim morrer o que no corpo choro...recorda-te de mim
Esquece os vãos devaneios que mil vezes chorando te segredei
Não lembres os sonhos que sonhei...morreram meu amor sem ti
Agonizaram com os últimos desejos que neste corpo amordacei

Quando do céu azul mais nada existir que um muro de pedra fria
E de mim nada mais que um grito mudo...uma sombra sem vida
Perfuma-me de violetas...veste no meu corpo o véu de nostalgia
Esquece-te do meu nome e deixa-me seguir essa estrela perdida

Quando a escuridão cobrir o meu olhar nublado...acende uma vela
Aos meus desfeitos sonhos de amor que em vida foram sepultados
São as rosas mortas que jazem a meu lado...restos duma quimera
Que prendi nas mãos vazias e guardarei no meu corpo sufocados

Quando de mim não restar mais nada que o silêncio duma prece
E os sinos por mim dobrarem...deixa-me meu amor partir enfim
Para o tempo além do tempo onde o que me vestiu se desvanece
No mármore frio da ilusão...deixa-me voar para longe de mim

Quando do meu rosto anoitecido...docemente rolar uma lágrima
Guarda-a no teu coração...como um derradeiro gemido de amor
Como o último gesto de ternura do meu corpo vestido de mágoa
E eternamente abraçado pela sombra silenciosa da minha dor

Quando as cores do sol poente...do meu rosto frio se apagarem
Recorda-te de mim e deixa-me voar livremente num céu só meu
Quando a noite deixar de amanhecer e os meus olhos chorarem
É porque o meu corpo é eternidade e o meu ventre adormeceu

sábado, 26 de janeiro de 2013

Mergulho em mim...


Mergulho em mim como se fosse o rio que percorre os meus medos...as minhas alegrias...as minhas tristezas...um mergulho no abismo onde não me consigo encontrar...num labirinto a que não consigo dar nome...num caminho entre o consciente e o inconsciente...entre o vazio e o nada.
Neste mergulho em mim...abracei o tempo esquecido e voltei aos lugares onde a esperança era um campo de papoilas...o meu corpo tinha ânsia de viver e cheiro de madrugada...os meus sonhos tinham asas douradas e o silêncio era uma suave melodia...um doce adormecer na noite perfumada de mistério onde me sonhei menina vestida de tempo.
Neste deambular errante...nesta saudade de mim tombou sobre o meu corpo a última gota de orvalho...sobre os meus olhos desceu a noite imensa e fria onde queimei os últimos sonhos...todas as certezas e todas as mágoas num travo amargo de silêncio...cinza esmorecida da menina que fui...ilusão da mulher que sou...na flor que se fez pedra parada por dentro do tempo
Respiro ainda mergulhada num mar de ausência...revolvendo a terra húmida que me prende o corpo...nas mãos que me emudecem os gestos...nas esperas que sabem a fel...na noite que cheira a solidão...na procura que trago nos dedos...nas ilusões tatuadas na pele...nas mortes escritas no tempo...nos castelos que ergui nas areias e que o vento derrubou e o mar sepultou.
Mergulho fundo...tão fundo por dentro de mim e dispo todas as palavras...queimo todos os silêncios na esperança de me encontrar...horas e horas a fio me procuro com o olhar vestido de bruma...com os sentidos enevoados percorrendo os corredores da alma onde uma onda de silêncio me faz mergulhar ainda mais dentro de mim...num último gesto antes que o meu corpo seja pó...que o meu nome seja apenas uma mera lembrança...um ténue perfume que se desvanece num sopro de vento.
Não sei onde me levam os meus passos...se ao meu encontro ou à minha partida...se ao céu ou ao inferno...se à noite que trago dentro de mim ou à madrugada onde me procuro sem encontrar fim nem luz...um espelho ilusório onde permaneço como um corpo sem rosto...uma alma sem mim.
E...toco suavemente o limbo onde o meu corpo está preso...adormecido pelo tempo sem paz...sem descanso...silenciosamente inquieto e devastado pela chama que se tornou na cinza dos meus sonhos e pergunto-me onde me perdi...onde deixei os meus anseios na vida que está a anoitecer...para lá da linha que quero e não quero transpor...nesse abismo que me chama...nesse fio de luz que repousa sobre o silêncio onde me deixo estar adormecida...tão longe de mim...num eterno sono.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O beijo da noite...



Deixa que a noite beije a minha boca...que morda a minha sede
Que beba do meu ventre as cinzas do orgasmo...o sabor do frio
No silêncio dos muros onde me deito...na mordaça que me prende
Neste mar desejo que me incendeia como se fosse fogo...ou rio

Deixa que os meus lábios adormeçam...os meus olhos anoiteçam
Que o meu corpo desfaleça nos gestos frios das chamas ardidas
Que o grito perdido por dentro da noite se desfaça em silêncio
Deixa que nos meus sonhos adormeçam as esperanças perdidas

Deixa que o meu corpo seja arrancado à terra...à noite roubado
Que seja tua a minha renúncia...que rasgue as sedas do desejo
Nas mãos agonizantes da madrugada...desse corpo amordaçado
Que te chama com ternura...no silêncio dolorido de um beijo

Deixa que o meu corpo adormeça e que a minha carne apodreça
Sobre esse mármore frio que me aconchega como se fosse morte
Beijando a minha pele...como o sepúlcro sombrio da tua ausência
Neste corpo sem memória...onde em silêncio me abraça a noite

Deixa que a minha nudez seja o balsamo da tua sombra errante
Os sargaços onde me aconchego quando na noite fria te chamo
Na ilusão onde cada noite me abraço na quimera dum instante
Inventando o teu corpo sobre o meu corpo e solitária me amo

Deixa que o amor agonize nas paredes nuas da indiferença
Que o silêncio seja o meu grito da mulher que se esqueceu
Por entre a sombra doutro corpo onde a presença é ausência
Sempre tão longe e tão perto dessa louca mulher que morreu

Deixa que por um momento apenas...invente um corpo de fogo
Desfaça as correntes e rasgue com as minhas mãos este vazio
Calando este grito mudo...no mar de silêncio onde me envolvo
Afastar os fantasmas e libertar-me deste amor que me vestiu

domingo, 13 de janeiro de 2013

Selo Literário 2013


O Selo Literário 2013 "Leia Sempre", foi criado pela blogueira Érica Bosi como convite à Leitura




2 - Indicar 2 livros lidos em 2012

    Citações e Pensamentos de Florbela Espanca

   Gaveta de Papéis de José Luís Peixoto

   Obra Poética de Sophia de Mello Breyner Andresen

3 - Indicar 3 livros que pretende ler em 2013

    A Charneca ao entardecer de Florbela Espanca
    
    Dentro do Segredo de José Luís Peixoto

    Reler 100 anos de Solidão de Gabriel Garcia Marquez


Quero agradecer às amigas e amigo que me indicaram e pedir desculpa por não nomear ninguém.
Deixo para quem quizer levar está neste link : 








sábado, 5 de janeiro de 2013

Queria ser nuvem...procurando o Sol


Queria ser uma nuvem procurando o sol...os braços do vento
À deriva e em silêncio...ser uma gota de chuva densa e calma
Percorrer os caminhos que tu percorreste...prender o momento
Deixar as lágrimas secar...no canto mais fundo da minha alma

Queria que a noite te prendesse e o meu olhar te encontrasse
Que as madrugadas fossem um raio de sol...o teu corpo o luar
O meu amor ser a imensidão que nos meus braços te enlaçasse
Queria ser o bálsamo do teu sangue...a serenidade do teu olhar

Queria pisar o chão dos meus passos...descalça e de mim despida
Trilhar o meu caminho...afastar as pedras...rumo ao sol nascente
Silenciosamente e com passos lentos ir até ao outro lado da vida
De alma branca e nua...adormecer nos braços da vida docemente

Queria de azul vestir ao meus braços...de sonhos as minhas mãos
Despir do meu corpo o véu de penumbra que se prendeu em mim
Num momento breve...apenas um instante...ser uma doce ilusão
Vestir uma noite com o mel da tua boca...no meu corpo de cetim

Queria derrubar os muros do tempo e prender as ilusões da vida
Das cinzas deste Outono....queria por um dia renascer Primavera
Dos meus anseios de menina...resta apenas uma lágrima perdida
No sorriso duma estrela cadente...onde louca me sonhei quimera

Queria da noite despir os meus sonhos...do tempo o cansaço
Das minhas mãos a ausência...no corpo sufocar as mágoas
Adormecer os gestos e entregar-me meu amor no teu abraço
Num surdo rumor de beijos...num lento escorrer de lágrimas